Rancho nos 50 anos da Fundação Mário da Cunha Brito em São Pedro de Alba

Inaugurada a 31 de Maio de 1959 a Fundação Mário da Cunha Brito, sedeada em São Pedro de Alba, está este ano a comemorar o seu cinquentenário.
Este terá sido um dos motivos do convite para o Rancho Folclórico Casa do Povo do Paul, actuar no passado dia 9 de Agosto/09, no largo que existe no exterior desta Fundação, outro motivo certamente tem haver com uma paulense aqui trabalhar há mais de uma década como animadora social de seu nome Teresa Rato, que ajudou na escolha do grupo paulense.
A Fundação, tem como população alvo famílias com idosos e/ou dependentes e famílias com crianças, na actualidade, a resposta existente passa por um Lar de Idosos, Centro de Dia, Apoio Domiciliário,
Gabinete de Acção Social e Centro de Fisioterapia.
Com uma obra desta ainda em crescimento e já com cinquenta anos de existência a Fundação Mário da Cunha Brito, tem motivos para comemorar e durante este ano está a realizar algumas iniciativas, entre as quais, incluiu a vinda do Rancho Folclórico da Casa do Povo do Paul, que pese embora, ter-se deslocado a São Pedro de Alba, com uma delegação que nem chegava à vintena fez uma actuação sóbria, sem sobressaltos e de mérito.
De facto, num palco montado para o efeito, defronte do edifício da Fundação, onde os seus utentes já estavam instalados e que constituíam um
publico muito especial já no Outono da vida, o rancho paulense evoluiu durante uma hora e um quarto, viajando por um reportório variado, protagonizado de forma individual e em conjunto pelas Adufeiras e Bombos, sem esquecer os bailarinos/as que sendo poucos estiveram em todas.
A prestação do Rancho Folclórico da Casa do Povo do Paul, conseguiu entusiasmar os idosos e restante público já que o espectáculo era também aberto à população em geral, o mesmo acontecendo a Teresa Rato e aos responsáveis da Fundação.
No final a organização serviu um arroz de carne que soube a “ ginjas”, antes nos corredores da Fundação, os idosos ainda visivelmente eufóricos iam agradecendo os momentos que o rancho paulense lhes proporcionou.

Bombos ao alto no Largo da Casa Típica

A Casa do Povo do Paul, no âmbito das suas funções e dos objectivos que preconiza, realizou no passado dia 8 de Agosto/09, um Concurso intitulado “ Vem Levantar O Bombo Se è Capaz”.
Tratou-se de uma iniciativa que teve lugar no Largo da Casa Típica,
que acabou por se compor quanto ao público que presenciou este “ sui generis concurso”.
A adesão dos concorrentes não foi muito significativa o que obrigou a organização a não emparelhar os participantes em função dos escalões de idades. Recorde-se que estavam previstos dois escalões: seniores dos 15 aos 39 anos e veteranos a partir dos 40 anos.
Afonso, o jovem tocador de Bombo do grupo da Casa do Povo, foi o “ campeão” com cento e quatro batimentos com a moca no bombo levantado acima do ombro, deixando a concorrência toda para trás.
Refira-se a propósito que o apuramento dos vencedores era feito de acordo com a seguinte metodologia: os concorrentes estariam em prova até
conseguirem levantar o Bombo apurando-se os lugares da tabela classificativa em função das desistências, sendo que, o vencedor era o ultimo que ficasse a levantar o Bombo.
No final houve prémios para todos, mas o que importa realçar é a oportunidade de passar uns momentos bem passados e isto já teria valido a pena, mas para além disso, conseguiu-se ainda a promoção deste tradicional instrumento de percussão e proporcionar uma jornada de confraternização entre todos os paulenses, entre os quais, se encontravam muitos emigrantes que quiserem participar ou assistir à 1ª edição deste original concurso, a revelar potencial para se tornar uma boa iniciativa no calendário de actividades da Casa do Povo do Paul.

Adufeiras no Andanças

O Festival de Musicas e Danças Populares – Andanças, é um palco privilegiado para uma aprendizagem cultural ilimitada transbordando para diversas áreas. As Adufeiras do Paul, marcaram presença neste acontecimento único, onde não se vai ver, vai-se fazer.
De acordo com, a organização da responsabilidade da Associação Para a Promoção da Musica e Dança – Pédexumbo, sedeada em Évora, que este ano realizou a décima quarta edição do Andanças, a preocupação é cada vez mais, incentivar a troca cultural: “do festival para fora e de fora para o festival”, à qual se alia uma preocupação ecológica, mas também social que entre os dias três e nove de Agosto/09, fez do recinto na freguesia
de Carvalhais no concelho de São Pedro do Sul, um espaço comum mais rico para todos.
Um espaço também enriquecido pelo contributo de gente do Paul, que esteve na rota dos Andanças como foi o caso das mulheres que manejam o adufe como poucas em representação da Casa do Povo local.
No recato da igreja de Carvalhais, onde aconteceram muitas oficinas de danças e concertos as Adufeiras do Paul, mostraram como se maneja o Adufe e como se dança ao seu toque com a emblemática cantiga “ Farrapeira”.
Referira-se que, ver-se uma igreja habitualmente reservada ao culto religioso, cheia de pessoas de todas as idades, ávidas para aprender a tocar Adufe, não é um cenário de todos os dias, só possível no Andanças onde a mente se liberta e todos participam sem reservas, tal como a Leonor Narciso, que orientou as oficinas do toque e da dança com este instrumento de percussão que maneja como ninguém.
Para terminar a sua participação as Adufeiras da Casa do Povo do Paul, realizaram uma pequena actuação que não foi mais do que um pequeno enxerto do seu último trabalho “ Cantos da Terra”.
Quem estava na plateia e visivelmente satisfeito com o trabalho das Adufeiras era o etno – musicólogo Domingues Morais, “ esta é uma participação de grande qualidade. Sabem transmitir muito bem este conhecimento sobre a música popular, por isso os jovens estavam aqui em grande número porque sentiam a verdade deste tipo de cultura. Este ano Michel Giacometti se fosse vivo faria oitenta anos, aquilo que aqui se passou é um bom exemplo do que ele defendeu para a música tradicional portuguesa.” Asseverou à nossa reportagem.
Também a opinião dos que participaram nestas oficinas de toque e dança com adufe era a melhor a começar pelas próprias adufeiras, principalmente, as mais jovens visivelmente satisfeitas.
“ Temos de aproveitar esta semana no Andanças para aprendermos o máximo de danças, por acaso esta da Farrapeira, é um tanto ó quanto difícil mas gostei de aprender a dança-la ao toque do adufe que adoro”.Confessava-nos a Joana uma jovem lisboeta a revelar-se uma boa aprendiz.
Por outro lado, a avaliar pela forma calorosa como o público que enchia a igreja se manifestou no final do concerto do grupo paulense, só pode considerar-se uma grande jornada a favor das virtudes deste instrumento tradicional de percussão e um grande contributo para a promoção e a defesa da nossa cultura, que foi dado pelas Adufeiras da Casa do Povo do Paul no Andanças 2009.

“Cantos e Sons da Terra” na Festa da Vila

Música tradicional e ligeira, exposições, artesanato, tasquinhas de “ comes e bebes”, o encontro dos amigos e dos afectos foram os ingredientes da Festa da Vila, que teve lugar de 31 de Julho a 2 de Agosto/09.

Esta iniciativa de verão contou a participação dos grupos tradicionais da terra, da filarmónica paulense, das colectividades representadas no recinto da festa demonstrando que afinal o associativismo local está vivo.

No Domingo, 2 de Agosto, as intervenções musicais estiveram a cargo da Casa do Povo do Paul , Grupo A
qu`Alma e do organista Jorge Beirão, encarregado de animar o baile para os mais resistentes.
Quanto à Casa do Povo antes de actuar no recinto da festa desfilou pelas ruas da freguesia levando até ao Largo da Praça a sua sonoridade.

Já no Largo do Mercado apresentou pela primeira vez no Paul, o seu mais recente espectáculo “ Cantos e Sons da Terra”, que andou em digressão por terras gaulesas nos dois últimos anos, conseguindo surpreender o publico com esta abordagem transgressora, sonora e visual, das tradições perdidas no
tempo, emergindo o potencial das danças e a sonoridade ora, harmoniosa dos adufes e pedrinhas, ora, pujante dos bombos, caixas, gaita – de – foles e pífaro.
O público em grande número interagiu com este espectáculo e dispensou um forte aplauso ao desempenho dos elementos do Rancho Folclórico da Casa do Povo do Paul.

Alguns populares não se furtavam a comentar,” a Casa do Povo consegue sempre nos surpreender. O ano passado fez aqui um festival com um figurino diferente e o próprio espectáculo que apresentou
surpreendeu pela inovação. Agora este ano apresenta outro espectáculo onde se misturam as sonoridades e muito bonito. Percebe-se agora que os franceses tenham gostado dele porque de facto é de boa qualidade”. Frisaram os interpelados.

Na verdade, apesar de algum nervosismo de quem sabia da responsabilidade de por em cena em estreia absoluta na vila do Paul o musical “ Cantos e Sons da Terra”, a actuação foi sóbria e convincente, demonstrando-se uma vez mais o grande potencial que os paulenses têm quando defendem a cultura tradicional da sua terra.